
Procuro uns olhos que vejam no mais profundo do meu ser.
Procuro uns braços que me prendam junto ao peito e acalmem as minhas ânsias.
Procuro uns lábios que se curvem num sorriso quando estou perto, que sussurrem palavras quentes ao meu ouvido.
Procuro uma voz que ecoe dentro de mim e me faça tremer até aos ossos, uma voz que me leve até ao céu.
Procuro um ser que me assalte por inteiro e que retire de mim o amor que guardo. Alguém que se entranhe na minha pele como odor acre, como suor salgado escorrendo no meu corpo.
Procuro uma alma que conheça a minha de outras vidas e sonhos, que complete a minha num laço firme de nó cego.
Quero esvaziar o meu coração até à última gota de amor, morrer com ele seco mas feliz.
Quero terminar os meus dias a escrever as memórias e não os lamentos de emoções que não vivi.
Quero colocar num local inantigível os medos que trago como farpa cravada no meu peito e esquecê-los. Sim, porque o esquecimento vota à inexistência aquilo que é perecível ou imortal.
A distância entre a felicidade e a amargura é um passo de formiga que um gigante apaga só com um sopro.
Sem comentários:
Enviar um comentário