
Perdi-te no momento em que te aproximei do céu.
Enamorei-me de uma estrela, eu, um ser da terra.
Desejei um amor impossível. O ar e a terra só se unem na linha do horizonte e essa, em dias de nevoeiro abandona-nos sem piedade.
Voltaste para o firmamento, junto da lua e dos astros, deixaste-me com a minha solidão, saudade dorida que em mim nunca tem fim. Nas noites frias de Inverno as nuvens esconde a tua beleza. Só nas noites de Verão, quando a lua permite, alcoviteira de enamorados, posso ver o teu brilho ao longe.
Porque é que só desejamos aquilo que não podemos ter? Quimeras inalcansáveis, devaneios, enfim, sonhos de poeta louco. Mas creio que o amor é assim: imprevisível, ambicioso, audaz aventureiro que nos impele para o desconhecido. Que seria de mim sem a esperança que me alimenta e trás acesa em mim a vontade de viver? É nesse palco de luz que me perco em ti, na ilusão de que lá longe ainda pensas em mim, que não me esqueceste e que, no fundo no fundo, vives porque eu vivo.
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